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São conhecidas as propriedades indutoras de emoções transmitidas pela música. Inúmeros estudos na área da Ciência Cognitiva/Neurociência, têm-se debruçado sobre esta especificidade tentando compreender o seu impacto nas estruturas cerebrais. Adicionalmente, há muito que se tentou estabelecer uma co-relação entre a música, nomeadamente a prática musical e o desenvolvimento de apetências cognitivas. No entanto, apesar de serem conhecidos alguns dos mecanismos sobre o impacto emocional da música na vida dos Seres Humanos, ainda não está suficientemente esclarecido o seu impacto no processamento emocional dos músicos ao longo da vida. Este estudo pretende acrescentar alguma clarividência à questão: A prática da música influenciará o processamento emocional? E a prática da música ao longo da vida (prolongando-se durante o envelhecimento) poderá ser protectora do processamento emocional? Pretende-se estudar o processamento emocional numa amostra de músicos e comparar com não-músicos, e comparar uma amostra da população idosa instrumentista com uma amostra de população da mesma idade mas não praticante de música. Adicionalmente pretendemos comparar amostras de populações de músicos com pouca prática musical (jovens/adultos) com músicos detentores de longos anos de prática, mesmo no pós-reforma (idosos). Após a aplicação de uma bateria de avaliação comportamental cujo objectivo consiste no controlo de algumas variáveis cognitivas e emocionais (para que não funcionem como variáveis parasitas que influenciam os resultados) foi efectuada uma avaliação de tarefas de reconhecimento e atribuição emocional preparadas com base em estudos prévios. A manifestação/atribuição e reconhecimento de emoções fazem parte intrínseca da interacção social normal dos Humanos. A incapacidade de revelar, reconhecer, identificar, discriminar, manifestar, expressar, atribuir, – enfim processar emoções –, tem grandes consequências na competência e comportamento social, pois manifesta-se como uma das habilidades fundamentais para o sucesso dessa interacção e para a qualidade de vida das pessoas em geral. A investigação de como estas capacidades evoluem durante o desenvolvimento humano, parece pertinente e tem sido efectuada sobretudo ao longo dos séc. XX e XXI. A maioria dos estudos (para os quais contribuem as Neurociências, Psicologia Cognitiva e Ciências Cognitivas em geral) conclui que durante o envelhecimento se dão algumas alterações no processamento de algumas funções psicológicas, entre as quais, o processamento emocional. Estas alterações, que ocorrem ao longo da vida de um indivíduo devem-se a uma interacção complexa entre factores do ambiente, factores sociais e factores fisiológicos; isto é, devem-se à regulação da expressão genética epigeneticamente determinada, devem-se à influência de factores ambientais e sociais específicos, bem como à influência do Sistema Nervoso (alterações nas redes neuronais e na plasticidade neuronal etc.) que ocorrem ao longo da ontogenia. Assim sendo, todas estas alterações determinam, no seu conjunto, modificações no reconhecimento, expressão, identificação e atribuição emocional ao longo da vida, até porque também se dá uma involução das capacidades de processamento cognitivo (em termos gerais) que estão também intrinsecamente associadas ao processamento emocional. Por exemplo, na senescência verifica-se uma diminuição do tempo de reacção aos estímulos e portanto na capacidade perceptiva, bem como uma relentificação da capacidade de análise e de síntese da informação que entra pelas vias sensoriais, bem como menor capacidade de memorização e de resgate de informação armazenada a curto-prazo, etc. E por isso, as pessoas idosas manifestam mais dificuldade na capacidade de processamento emocional do que pessoas jovens. A questão que se coloca nos dias de hoje, é saber que factores podem ser protectores da capacidade de processamento cognitivo e emocional, de modo a que possam permitir um envelhecimento mais saudável e menor impacto nas estruturas cerebrais subjacentes. O nosso interesse recai sobretudo no processamento emocional. Uma das áreas que tem sido bastante explorada em termos da sua intrínseca relação com as emoções, e com o processamento das mesmas em geral, tem sido a música enquanto factor de estimulação cerebral; ou seja, a música em si, enquanto experiência áudio-acústica, enquanto experiência de activação motora e enquanto impulsora do pensamento abstracto, etc., tem um enorme impacto nas emoções humanas, de modo que alguns autores a consideram o maior catalisador da linguagem das emoções. E por isso, Inúmeros estudos têm vindo a clarificar ao longo destas décadas o impacto da natureza emocional e afectiva da música. Porém, pouca atenção tem sido dada ao impacto da música na esfera emocional nas pessoas que praticam música como actividade profissional contínua e qual é o impacto desse facto no seu envelhecimento. Sabemos que as estruturas cerebrais onde se dá o processamento da música possuem um estreito relacionamento com as estruturas do processamento emocional (Hipotálamo, Tálamo, Ínsula, Amígdala, Núcleos da Base como por exemplo o Striatum Ventral, outras estruturas da área Pré e Orbito-Frontal, Cerebelo, Septo, Hipocampo, etc.), para além das áreas de integração sensório-motoras. Durante a senescência, como já dissemos, as alterações estruturais e funcionais decorrentes da mesma, podem prejudicar a capacidade de processamento emocional. Mas nem todos os idosos revelam alterações nas áreas relacionadas com o reconhecimento de emoções, o que equivale a dizer que aqueles que possuem menor capacidade de reconhecer, discriminar, expressar e atribuir emoções, podem revelar lesões ou outras alterações nessas áreas específicas, ou, em alternativa, podem não ter sido sujeitos a factores protectores do mesmo (ex estimulação cognitiva permanente). Sabemos também que a prática da música, pode ajudar no desenvolvimento de potencialidades cognitivas, sobretudo se iniciada cedo durante o desenvolvimento humano. Podemos pensar então, que de algum modo, possa também constituir um factor de protecção para o processamento das emoções. Até porque o reconhecimento, atribuição, expressão, (etc.) de emoções é afectado por distúrbios cognitivos associados à idade, A prática da música poderá também evitar essas alterações? Este trabalho tem como pressuposto de base, estudar o processamento emocional numa população de músicos e perceber de que modo a prática da música pode favorecer – ou não – esse tipo de processamento. Pretende-se também, em última análise, perceber se a prática musical ao longo da vida poderá ser factor protector da preservação dos aspectos de processamento emocional. |
Description (Translated): |
Les propriétés induisant des émotions transmises par la musique sont connues. De nombreuses études dans le domaine des sciences cognitives / neurosciences se sont concentrées sur cette spécificité en essayant de comprendre son impact sur les structures cérébrales. En outre, on a longtemps essayé d'établir une relation entre la musique, à savoir la pratique de la musique et le développement des aptitudes cognitives. Cependant, bien que certains des mécanismes sur l'impact émotionnel de la musique sur la vie des êtres humains soient connus, leur impact sur le processus émotionnel des musiciens, tout au long de leur vie n'est pas suffisamment compris. Cette étude vise ajouter des preuves à la question: la pratique de la musique aura-t-elle une influence sur le processus des émotions? Et, est-ce que la pratique de la musique, tout au long de la vie (pendant le vieillissement) peut protéger du processus émotionnel? Il est prévu d'étudier le processus des émotions dans un échantillon de musiciens et de comparer avec les non-musiciens, et de comparer un échantillon de la population âgée instrumentiste avec un échantillon du même âge, mais non-musicien. De plus, nous avons l’intention de comparer des échantillons de populations de musiciens ayant peu de pratique musicale (jeunes / adultes) et de musiciens ayant de longues années de pratique, même après la retraite (personnes âgées). Après l'application d'une batterie d'évaluation comportementale (dont l'objectif est de contrôler certaines variables/variantes cognitives et émotionnelles afin qu'elles ne fonctionnent pas comme des variables parasitaires influençant les résultats), a été réalisée une évaluation des tâches de reconnaissance et d'assignation émotionnelles préparées à partir d'études antérieures. La manifestation / attribution et la reconnaissance des émotions font partie intégrante de l'interaction sociale normale des humains. L'incapacité à révéler, reconnaître, identifier, discriminer, manifester, exprimer, attribuer – finalement transformer les émotions – a des conséquences majeures sur la compétence sociale et le comportement des Hommes, dans la mesure où elle se manifeste comme l'une des compétences fondamentales pour le succès de cette interaction et pour la qualité. de la vie des gens en général. Les recherches sur la manière dont ces capacités évoluent au cours du développement humain semblent pertinentes et ont été menées principalement au cours des XXème XXIème siècles. La plupart des études (auxquelles contribuent les Neurosciences, la Psychologie Cognitive et les Sciences Cognitives) conclue qu'au cours du vieillissement, certains changements dans le processus de certaines fonctions psychologiques se produisent, notamment le processus émotionnel. Ces changements, qui se produisent tout au long de la vie d’un individu, sont dus à une interaction complexe entre facteurs environnementaux, facteurs sociaux et facteurs physiologiques; c'est-à-dire qu'ils sont dues à la régulation de l'expression des gènes déterminée par l'épigénèse, à l'influence de facteurs environnementaux et sociaux spécifiques, ainsi qu'à l'influence du système nerveux (modifications des réseaux neuronaux et de la plasticité neuronale, etc.) qui se produisent le long de l'ontogenèse. Par conséquent, tous ces changements, tous ensembles, déterminent les changements dans la reconnaissance, l'expression, l'identification et l'attribution émotionnelle tout au long de la vie, même parce qu'il existe également une involution des capacités de processus cognitif (en termes généraux) qui sont également intrinsèques associé au processus émotionnel. Par exemple, dans la sénescence, il y a une diminution du temps de réaction aux stimuli et donc de la capacité de perception, ainsi qu'une nouvelle identification de la capacité d'analyse et de synthèse d'informations entrant dans les voies sensorielles, ainsi qu'une diminution de la capacité de mémorisation et de récupération des informations stockées à court terme, etc. C'est pourquoi les personnes âgées manifestent plus de difficultés sur le plan de la capacité de processus émotionnel que les jeunes. De nos jours, la question est de savoir quels facteurs peuvent protéger la capacité de processus cognitif et émotionnel, de manière à permettre un vieillissement en meilleure santé et avec un impact moindre sur les structures cérébrales sous-jacentes. Notre intérêt, est, principalement dans le processus émotionnel. L'un des domaines de la relation intrinsèque des emotions, et de leur processus en général, a été largement exploré: la musique en tant que facteur de stimulation du cerveau; c'est-à-dire que la musique elle-même, en tant qu'expérience audio-acoustique, en tant qu'expérience d'activation motrice et en tant que moteur de la pensée abstraite, etc., a un impact considérable sur les émotions humaines, de sorte que certains auteurs la considèrent comme le plus grand catalyseur du langage des émotions. Ainsi, de nombreuses études ont clarifié, au cours de ces décennies, l'impact de la nature émotionnelle et affective de la musique. Cependant, peu d'attention a été accordée à l'impact de la musique sur la sphère émotionnelle des personnes qui pratiquent la musique en tant metier tout au long de sa vie et quel est l'impact sur leur vieillissement. Nous savons que les structures cérébrales où la musique est traitée, ont une relation étroite avec les structures du processus des émotions (Hypothalamus, Thalamus, Insula, Amygdale, Noyaux de Base tels que Striatum Ventral, autres structures Pré-Orbitales et Orbitales Frontales, Cervelet, Septum, Hippocampe, etc.), au-delà des zones d’intégration sensori-motrice. Pendant la sénescence, comme nous l'avons dit, les changements structurels et fonctionnels résultant de la sénescence peuvent altérer la capacité de processus des émotions. Cependant, certaines personnes âgées ne révèlent pas de changement dans les domaines liés à la reconnaissance des émotions. En d'autres termes, les personnes les moins aptes à reconnaître, discriminer, exprimer et assigner des émotions peuvent révéler des blessures ou d'autres changements dans ces domaines spécifiques, ou sinon, elles peuvent ne pas avoir été soumis à des facteurs de protection (par exemple, une stimulation cognitive permanente). Nous savons également que la pratique de la musique peut contribuer au développement des potentialités cognitives, en particulier, si elle commence tôt au cours du développement humain. Nous pouvons alors penser que cela peut aussi être un facteur de protection pour le processus emotionel. De plus, étant donné que des troubles cognitives liés à l'âge, affectent la reconnaissance, l'attribution, l'expression, (etc.) des émotions, la pratique de la musique peut-elle également empêcher ces changements? Ce travail est basé sur l’étude du processus émotionnel dans une population de musiciens et sur la manière dont la pratique de la musique peut favoriser – ou pas – ce type de processus. En fin de compte, l'objectif est également de comprendre, si une pratique musicale, tout au long de la vie, peut constituer un facteur de protection dans la préservation des aspects du processus des émotions. The inducing properties of music-transmitted emotions are, somehow, very known. Numerous studies in the area of Cognitive Science / Neuroscience have focused on this specificity trying to understand its impact on brain structures. Furthermore, a long relationship has been tried to establish a relationship between music, namely music practice and the development of cognitive aptitudes or skills. However, although some of the mechanisms on the emotional impact of music on the lives of Human Beings are known, their impact on the emotional processing of musicians throughout their lives is not sufficiently understood. This study aims to add some clarity to the question: Will the practice of music influence emotional processing? And can the practice of life-long music (extending through aging) be protective of emotional processing? It is intended to study the emotional processing in a sample of musicians and compare with non-musicians, and to compare a sample of the elderly instrumentalist population with a sample of the same age but non-musician population. Additionally, we intend to compare samples from populations of musicians with less musical practice (young / adult) and musicians with long years of practice, even after retirement (Elderly). After the application of a behavioral assessment battery whose objective is to control some cognitive and emotional variables (so that they do not function as parasitic variables that influence the results), an assessment of emotional Recognition and Assignment tasks prepared based on previous studies was performed. The manifestation / attribution and recognition of emotions is an intrinsic part of the normal social interaction of humans. The inability to reveal, recognize, identify, discriminate, manifest, express, attribute, – ultimately process emotions –, has major consequences on social competence and behavior, as it manifests itself as one of the fundamental skills for the success of this interaction and for quality of people's lives in general. Researches concerning how these skills work during human development seems pertinent and have been carried out mainly over the centuries. XX and XXI. Most studies (to which Neuroscience, Cognitive Psychology, and Cognitive Sciences contribute in general) conclude that during aging some changes in the processing of some psychological functions occur, including emotional processing. These changes, which occur throughout an individual's life, are due to a complex interaction between environmental factors, social factors and physiological factors; that is, they are due to the regulation of epigenetically determined gene expression, they are due to the influence of specific environmental and social factors, as well as the influence of the Nervous System (changes in neuronal networks and neuronal plasticity, etc.) that occur along ontogeny. Therefore, all these changes together determine changes in emotional recognition, attribution, expression and identification throughout life, even because there is also an involution of cognitive processing capacities (in general terms) that are also intrinsically associated with emotional processing. For example, in senescence there is a decrease in reaction time to stimuli and therefore in perceptual capacity, as well as a decrease of the ability to analyze and synthesize information that enters through the sensory pathways, as well as less memorization and retrieval capacity of short-term stored information, etc. This is why older people manifest more difficulty in emotional processing capacity than young people. The question nowadays is which factors can be protective of cognitive and emotional processing capacity so that they can allow healthier aging and less impact on underlying brain structures. Our interest is mainly in emotional processing. One of the areas that has been extensively explored in terms of its intrinsic relationship to emotions, and their processing in general, has been music as a brain stimulating factor; that is, music itself, as an audio-acoustic experience, as a motor activation experience and as an impeller of abstract thinking, etc., has a huge impact on human emotions, so that some authors consider it the greatest catalyst for the language of emotions. And so, numerous studies have clarified over these decades the impact of the emotional and affective nature of music. However, little attention has been paid to the impact of music on the emotional sphere on people who practice music as a continuing professional activity and what is the impact on their aging We know that the brain structures where music is processed have a close relationship with the structures of emotional processing (Hypothalamus, Thalamus, Insula, Amygdala, Base Nuclei such as Striatum Ventral, other Pre and Orbital Frontal structures, Cerebellum, Septum, Hippocampus, etc.), beyond the areas of sensorimotor integration. During senescence, as we have said, the structural and functional changes resulting from senescence can impair the emotional processing capacity. But not all older people reveal changes in areas related to the recognition of emotions, which is to say that those with the least ability to recognize discriminate, express and assign emotions may reveal injuries or other changes in these specific areas, or alternatively, they may not have been subject to protective factors (e.g. permanent cognitive stimulation). We also know that the practice of music can help in the development of cognitive potentialities, especially if started early during childhood. We may think then that somehow it may also be a protective factor for the processing of emotions. Also because the recognition, attribution, expression, (etc.) of emotions is affected by age-related cognitive disorders, can the practice of music also prevent these changes? This work is based on the study of emotional processing in a musician population and to understand how the practice of music can favor - or not - this kind of processing. Ultimately, it is also intended to understand whether lifelong musical practice can be a protective factor in preserving the aspects of emotional processing. |