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A degradação progressiva dos solos aráveis em todo o mundo e os impactos ambientais negativos do uso de adubos minerais na agricultura, fizeram surgir um forte interesse em arranjar métodos alternativos para fertilizar as culturas agrícolas. Este estudo tem como objetivo avaliar e comparar o uso de diferentes adubos verdes como técnicas de fertilização numa exploração agrícola biológica em clima mediterrâneo. Para tal, foram instaladas quatro modalidades distintas de adubos verdes: três culturas estremes de fava-miúda, triticale e mostarda-branca e uma mistura de espécies composta por azevém, triticale, aveia e ervilhaca. Foram mantidos também talhões de controlo sem adubo verde. Os adubos verdes foram cultivados de janeiro a abril e subsequentemente incorporados no solo para acelerar a mineralização da sua biomassa e em cada talhão foram instaladas duas culturas hortícolas: alface e tomate, que estiveram no solo de junho a setembro. Neste ensaio caracterizaram-se e compararam-se as propriedades físico-químicas e biológicas do solo antes e após as diferentes modalidades de adubação verde e avaliou-se a produtividade e a qualidade das culturas de verão de folha e de fruto produzidas sob as condições distintas de fertilização. A adubação verde não provocou alterações relevantes nas características do solo durante a duração do ensaio. A mostarda-branca foi o adubo verde que produziu mais biomassa e exportou mais nutrientes, quase seis vezes mais que a mistura de espécies. Tanto a mostarda como a fava foram as modalidades de adubação em que se obtiveram as maiores produtividades em ambas as culturas hortícolas, obtendo-se nestas modalidades, respetivamente, 21,4 t/ha e 22,6 t/ha de alfaces, 32,4 t/ha e 32,9 t/ha de tomate xuxa ‘Bestial’ e 25,27 t/ha e 28,73 t/ha de tomate xuxa ‘Rio Grande’. A resposta da qualidade dos tomates à adubação verde foi menos clara, tendo os efeitos variado entre variedades de tomate. No contexto da exploração agrícola, o adubo verde que apresenta as maiores vantagens agronómicas é a mostarda.
The progressive degradation of arable land worldwide and the environmental pollution from the use of mineral fertilizers in agriculture have led to a growing demand for alternative methods to fertilize crops. This study aims to evaluate and compare the use of different green manure as fertilization techniques on an organic farm under Mediterranean climate. With this purpose, four different green manure crops were installed: three single crops of forage broad bean, triticale and white mustard and a mixed crop consisting of ryegrass, triticale, oat and vetch. Control plots without green manure were also maintained . The green manure crops, grown from January to April, were incorporated into the soil to accelerate the mineralization of its biomass. Following, two vegetable crops, lettuce and tomato, were installed in each plot and grown from June to September. With this trial we characterized and compared the physicochemical and biological properties of soil before and after the different green manure crops were installed. Additionally, we evaluated the yield and quality of both vegetable crops produced under the five different fertilization conditions. Over the duration of this trial, green manuring did not cause relevant changes in soil properties. Mustard was the green manure crop that had the most biomass production and exported more nutrients, close to six times more than the mixed crops. Both mustard and broad beans were the green manure crops that led to the highest yields on both horticultural crops. These greens manures led, respectively, to a production of 21,4 ton/ha and 22,6 ton/ha of lettuce, 32,4 ton/ha and 32,9 ton/ha of ‘Bestial’ plum tomato and 25,3 ton/ha and 28,7 ton/ha of ‘Rio Grande’ plum tomato. Tomato quality response to green manuring was less clear and the effects varied between tomato varieties. Considering the on-farm reality, mustard was considered the most suitable green manure crop. |