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A presente dissertação analisa a evolução da diplomacia desportiva russa dos boicotes aos megaeventos, procurando evidenciar que o investimento nos megaeventos desportivos é indispensável para os países que aspiram atingir grandeza global, como é o caso da Rússia. Partindo do enquadramento da área científica das Relações Internacionais e centrando-se na diplomacia desportiva, a investigação discute a aposta da diplomacia desportiva russa na organização de megaeventos desportivos. Sob a lente construtivista, é contextualizada a diplomacia desportiva quer na URSS, quer na era de Putin, com todos os seus atores, instrumentos e objetivos. Esta dissertação argumenta que a diplomacia desportiva tem vindo a ganhar um peso crescente na política externa russa e que a organização dos megaeventos desportivos dentro do território é crucial para a construção de uma nova Rússia. Neste sentido, é analisada a importância da diplomacia desportiva na política externa russa e o seu alcance através dos megaeventos desportivos. De entre os vários eventos desportivos que a Rússia já organizou, optou-se por centrar a análise nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi 2014 e no Campeonato Mundial de Futebol FIFA de 2018. A dissertação conclui que o interesse desportivo na URSS passou de militar e interno para competitivo e externo, bem como que o desporto continua a ter um papel fundamental no que toca à projeção do prestígio internacional russo com as suas conquistas nos palcos mundiais. Neste sentido, a dissertação conclui que a aposta da diplomacia desportiva russa na organização dos megaeventos se explica como um meio para alcançar objetivos de política externa, tais como a recuperação do estatuto de potência e o aumento de soft power. Conclui-se que os megaeventos desportivos servem como uma plataforma para a exposição do que é russo ao exterior, tornando a diplomacia desportiva um elemento-chave na promoção de interesses nacionais e na negociação noutros setores, não necessariamente relacionados com o desporto. This dissertation analyses the evolution of Russian sports diplomacy from boycotts to mega-events, seeking to highlight that investment in sports mega-events is indispensable for countries that aspire to achieve global greatness, such as Russia. Starting from the scientific framework of International Relations and focusing on sports diplomacy, the research discusses the investment of Russian sports diplomacy in the organization of sports mega-events. Under the constructivist lens, sports diplomacy is contextualized both in the USSR and in Putin's era, with all its actors, instruments and objectives. This dissertation argues that sports diplomacy has been gaining increasing weight in Russian foreign policy and that the organization of sports mega-events within the territory is crucial for the construction of a new Russia. In this sense, the importance of sports diplomacy in Russian foreign policy and its reach through sports mega-events is analyzed. Among the various sports events that Russia has already organized, it was decided to focus the analysis on the Sochi 2014 Winter Olympic Games and the 2018 FIFA World Cup. The dissertation concludes that the interest in sports in the USSR has changed from military and internal to competitive and external, as well as that sport continues to play a key role in the projection of Russian international prestige with its achievements on the world stage. In this sense, the dissertation concludes that the bet of Russian sports diplomacy on the organization of mega-events is explained as a means to achieve foreign policy objectives, such as the recovery of power status and the increase of soft power. It concludes that sports mega-events serve as a platform for exposing what is Russian abroad, making sports diplomacy a key element in promoting national interests and negotiating in other sectors, not necessarily related to sport. |