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Introdução: O uso de morfina é amplamente aceito para o alívio da dor torácica em pacientes com infarto agudo do miocárdio (IAM), em concomitância antiplaquetários. Porém, existem estudos que questionam a segurança do uso de morfina, por diminuir a ação dos antiplaquetários. Objetivos: O estudo objetivou avaliar a qualidade da reperfusão coronariana após a angioplastia primária, a função ventricular e a ocorrência de eventos cardiovasculares maiores (MACE) associados ao uso ou não de morfina. Métodos: Subanálise do Catarina Heart Study, Coorte prospectiva que avalia pacientes com diagnóstico de primeiro IAM. Foi avaliado o fluxo sanguíneo coronariano, através do TIMI Frame Count, fração de ejeção (FEVE) através de ecocardiografia e a ocorrência de MACE no seguimento de 30 dias, associando ao uso ou não de morfina nas primeiras 24h de admissão. Foram considerados significativos valores de p<0,05. Resultados: Foram avaliados 862 pacientes com IAM. O TIMI Frame Count em pacientes que receberam morfina apresentou a mediana em 28 (AIQ 18-42,), enquanto os que não receberam, em 22 (AIQ 16-32), p = 0,001. Os níveis medianos da FEVE dos pacientes que receberam morfina são de 51,0% (AIQ 41,0-59,0), enquanto os pacientes que não receberam, 52,5% (43,0-62,0), p = 0,041. Não foi possível relacionar morfina com maior ocorrência de MACE. Conclusões: Houve pior perfusão coronariana em pacientes tratados com morfina após angioplastia primária, os pacientes que receberam morfina apresentaram pior função ventricular e não houve associação entre o uso de morfina com o aumento de eventos cardiovasculares maiores. |