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A ciência tem como desafio estudar fenômenos naturais e culturais, auxiliando o homem a compreender a realidade onde se insere e se desenvolve. A etnociência é uma área bastante recente, diante das demais áreas da ciência, e vem instigando muitos pesquisadores num esforço conjunto para resgatar, revalorizar os conhecimentos tradicionais, que em muitos casos foram quase totalmente colonizados frente ao conhecimento científico. Dessa forma, a Etnociência posiciona-se como caminho alternativo a rigidez científica, sem menosprezar nenhuma das metodologias construídas pela ciência ocidental, mas utilizando-se delas como ferramentas para releituras que propiciem compreensão mais adequada e respeitosa da relação entre humanidade e natureza. Em termos epistemológicos, a etnociência enquadra-se na antropologia, outra ciência recente que ainda encontra muitos obstáculos de reconhecimento. A etnociência em sua significação literal é a ciência do outro. Sabe-se que a cultura é um elemento ativo e orgânico na vida do ser humano, e que não existe nenhum indivíduo que não tenha uma cultura, pois cada homem cria, reproduz, propaga e, em alguns casos tenta impor, sua cultura sobre as demais, ao que chamamos de etnocentrismo. Neste artigo, utilizou-se a pesquisa bibliográfico, para produzir um levantamento sobre as recentes e inéditas produções científicas desenvolvidas por alunos indígenas, num curso intitulado Educação Intercultural, especificamente desenvolvido para a formação de professores indígenas. Analisou-se os trabalhos de conclusão de curso dos anos de 2015 a 2016, por serem os primeiros trabalhos registrados, visto o curso ter apenas cinco anos de funcionamento, na Universidade Federal de Rondônia. Objetivou-se nesse levantamento bibliográfico observar sobre quais temáticas que esses discentes indígenas têm se debruçado enquanto pesquisadores, quais suas preocupações enquanto autores e futuros professores que irão lecionar em escolas indígenas. Esse é um trabalho inicial, ainda em andamento, e um dos objetivos principais é analisar se a relação colonizador/colonizado se perpetua nas produções dos autores/discentes indígenas ou se já existe algum cenário novo em construção para um novo tipo de formação de professores, principalmente indígenas. Ainda, pretendeu-se analisar o “fazer” etnociência, seus significados e contribuições para essa área científica e para o ensino e aprendizagem da formação docente. |