Abstract (Portuguese): |
A estenose prepucial é uma condição em que o pênis fica retido na cavidade prepucial. Os animais acometidos apresentam abertura prepucial reduzida. Nos equídeos as causas mais comuns são estenoses devido a neoplasias prepuciais e cicatrizes de lacerações após trauma. A incapacidade de expor o pênis inviabiliza esse animal para a reprodução, além de poder causar irritação por retenção de urina e infecções secundárias. O diagnóstico é realizado a partir dos sinais clínicos e exame físico, e o tratamento é feito com correção cirúrgica. Foi atendido pelo Departamento de Cirurgia Veterinária e Reprodução Animal FMVZ-UNESP, Botucatu, um jumento, macho, com alto interesse na reprodução, da raça Pega, com 2 anos de idade e 205 kg. A queixa do proprietário foi priapismo permanente secundário à laceração peniana e prepucial. O mesmo relatou que 3 meses antes o animal tinha sofrido laceração em prepúcio e pênis por possível trauma em arame farpado, e que foi realizado tratamento da ferida com bom resultado de cicatrização. Apesar da boa cicatrização do prepúcio, após dois meses foi observado que o animal não conseguia expor o pênis ao realizar cobertura. Durante o atendimento, observou-se uma boa cicatrização, mas aumento de volume na região prepucial de aproximadamente 20 cm. Com o exame físico específico, observaram-se testículos normais para os padrões da raça e sem sinais de lesões traumáticas no escroto. No entanto foram constatadas fibroses e estenose prepucial com pequena quantidade de secreção purulenta. Não foi possível avaliar o pênis por conta da estenose prepucial. Introduzindo o dedo indicador pelo óstio prepucial foi possível sentir a glande do pênis. O diagnóstico foi estenose e aderência prepucial impossibilitando a exposição peniana mesmo após o estímulo sexual. O animal permaneceu internado e o tratamento inicial preconizado foi curativo local, o qual era precedido por ducha fria em prepúcio duas vezes por dia durante sete dias. Após esse tratamento, realizou-se cirurgia corretiva, de reconstrução do óstio prepucial, com o animal sedado e em estação. Realizouse uma incisão de aproximadamente 7 cm ventral ao prepúcio, sendo possível expor o pênis e retirar todo o tecido conjuntivo fibroso. Após a remoção e com o pênis tracionado, realizou-se uma sutura com fio Supramide 2, no padrão Wolf. Logo após a cirurgia, observou-se que o animal já expunha o pênis para urinar. O tratamento pósoperatório consistiu em flunixin meglumine durante três dias, antibioticoterapia durante sete dias e curativo feito com limpeza da ferida utilizando iodo degermante. A ferida cirúrgica apresentou boa cicatrização e os pontos foram retirados após 10 dias. Após 15 dias, o animal foi estimulado sexualmente com égua no cio, apresentando exposição total do pênis e ereção, o que foi repetido por mais três vezes durante sete dias com a finalidade de desfazer possíveis aderências. O animal recebeu alta e voltou a cobrir éguas normalmente. [ABSTRACT FROM AUTHOR] |